O mês missionário é sempre uma oportunidade especial para a Igreja renovar o ardor do anúncio e da vivência da fé, recordando que todos os batizados são enviados a testemunhar o Evangelho em todos os lugares e circunstâncias da vida. Este ano, o tema proposto pelo nosso saudoso Papa Francisco para o Dia Mundial das Missões “Missionários da esperança entre os povos”, nos convida a olhar para o mundo marcado por guerras, crises sociais, desigualdades e falta de sentido, e a redescobrir na esperança cristã a força capaz de transformar a vida pessoal e a realidade comunitária.
À luz do carisma da Infância e Adolescência Missionária (IAM), esse chamado ganha cores muito concretas. Desde sua origem, a IAM ensina crianças e adolescentes a viver a missão por meio de três pilares: oração, sacrifício e solidariedade. São atitudes simples, mas profundamente evangélicas, que formam nos pequenos uma consciência universal e um coração aberto ao mundo. No contexto do mês missionário, esses elementos tornam-se um verdadeiro itinerário espiritual: a oração que sustenta a fé e mantém viva a chama da esperança; o sacrifício que educa para a entrega e para a confiança em Deus; e a solidariedade que transforma a fé em gestos concretos de amor ao próximo.
Os assessores que acompanham os grupos da IAM têm, nesse tempo, a missão de animar, testemunhar e educar para a esperança. Seu papel é o de guiar as crianças e adolescentes a descobrir que ser missionário é, antes de tudo, acreditar que Deus age na história e que cada um pode ser sinal de luz no meio das trevas. Cabe-lhes também criar espaços de encontro, partilha e celebração, adaptando e trazendo para próximo das crianças e adolescentes o Roteiro de Encontros preparados pelas Pontifícias Obras Missionárias, para que o mês missionário não seja apenas um tempo de atividades, mas uma experiência de comunhão e de envio.
Já as crianças e adolescentes, missionários da esperança, são chamados a viver este tempo de modo criativo e alegre. Podem rezar diariamente pelas realidades missionárias de cada continente com o terço missionário; oferecer pequenos sacrifícios, como renunciar a algo de que gostam ou dedicar tempo a ajudar em casa; e realizar pequenos gestos solidários, seja através da oferta do cofrinho missionário, seja visitando um idoso, escrevendo uma mensagem de amizade ou ajudando os mais necessitados de sua comunidade. Mais do que tudo, são convidados a ser anunciadores de esperança no ambiente familiar, na escola, entre os amigos e nas redes sociais, mostrando que a fé é uma fonte de alegria que merece ser partilhada.
O mês missionário também pode ser vivido como um caminho comunitário. Encontros temáticos para partilhas e reflexões, celebrações, oração do terço missionário da esperança e Adoração ao Santíssimo, assim como iniciativas solidárias permitem que a esperança não fique apenas no discurso, mas se torne visível em gestos concretos.
Viver o mês missionário à luz do carisma da Infância e Adolescência Missionária significa assumir, com simplicidade e coragem, o chamado de Cristo a ser esperança no coração do mundo. Quando crianças, adolescentes e assessores da IAM se deixam guiar por esse caminho (oração, sacrifício e gestos de solidariedade), tornam-se sinais vivos de que a esperança cristã não decepciona, mas renova, fortalece e faz a missão da Igreja florescer em cada comunidade.
Por: Pe. Vagner Alves, secretário da Infância e Adolescência Missionária